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Travis – Ode to J. Smith.

Oi, como você está? Eu vou bem, estive ai na semana passada, mas não quis te incomodar. É, eu não sabia, talvez você estivesse afim de me ver, enfim. Este email é para te avisar que o Travis lançou um disco novo. Não sei se você gostará de ouvir, mas está aqui neste link - se não deletarem até você ler este mail. Isto é, se nada mudou na sua vida, você continua dormindo o domingo todo porque trabalha demais, etc, etc e bem, você sabe o resto, esquece. Lembra quando o Travis lançou The man who? Eu lembro, eu ainda estava no segundo grau e um amigo baixou o disco, música por música, uma hora para cada uma delas. Tinha turn e Why Does It Always Rain On Me - aquela que todo mundo dançava e os copos de cerveja eram brindados como se fossemos todos escoceses - como o Travis – e naquele momento estávamos providenciando nossas mentiras, aquelas dos dezessete anos. Pois, parece que é exatamente daquele ponto das nossas vidas que o Travis voltou em Ode to J.Smith. Já me disseram que são grandes as chances que eu me decepcione com este disco e logo venha me arrepender destas palavras também. Mas neste momento ele está fazendo o serviço de me lembrar das coisas como elas eram e como eu queria que elas fossem hoje.
 
Você conhece alguém que está esperando pelo novo disco do Travis? Caso conheça, avise-o que Ode to J.Smith é o disco que eles estavam devendo desde The Man Who. Ou seja, há quase dez anos, três discos e uma coletânea depois, o Travis lança um grande disco sem muito alarde e acredite, é um disco de Rock’n’roll.
Os EPs – J.Smith e Something Anything – lançados como prévia do álbum davam pistas que o Travis havia retornado as guitarras e à juventude da estréia em Good feelings, acrescido do senso pop que o melhor disco deles – The Man Who – tinha. Inclusive, a impressão que se tem é a de que J.Smith começa exatamente The Man who terminava - nas distorções da canção escondida Blue Flashing Light. Ok, se o clipe do single Something Anything tem os cabelos brancos e ralos do cantor Fran Healey (que está a cara do Phill Collins), também tem um solo de guitarra Fender como há muito não se ouvia no Pop britânico, tão Rock. A última pista do que estava por vir era a presença de Lola, cover do The Kinks em um dos EPS.
Produzido por Emery Dobyns - que recentemente ganhou um Grammy por Beauty and crime de Suzanne Vega – e gravado em apenas duas semanas no mês de Março, Ode to J. Smith soa fácil e despretensioso na maior parte dos 37 minutos do álbum. E por mais que alguns detalhes de exagero típico dos últimos trabalhos do Travis ainda estejam presentes aqui e ali (como a parte “new age” da canção J.Smith), é a guitarra que manda em quase todas as canções – inclusive nas baladas.
Após onze canções, fica a sensação que o Sr. J.Smith é um cara que segue sua vida sem a obrigação de ter de ser alguem ou ter de dar certo. “um personagem qualquer e sem nome” fã de The Kinks que só quer tocar sua guitarra, fazer belas canções e nos fazer lembrar que o mundo já foi mais divertido. Se ele não existe, é porque bem ou mal, poderia ser qualquer um de nós.