Você conhece alguém que está esperando pelo novo disco do Travis? Caso conheça, avise-o que Ode to J.Smith é o disco que eles estavam devendo desde The Man Who. Ou seja, há quase dez anos, três discos e uma coletânea depois, o Travis lança um grande disco sem muito alarde e acredite, é um disco de Rock’n’roll.
Os EPs – J.Smith e Something Anything – lançados como prévia do álbum davam pistas que o Travis havia retornado as guitarras e à juventude da estréia em Good feelings, acrescido do senso pop que o melhor disco deles – The Man Who – tinha. Inclusive, a impressão que se tem é a de que J.Smith começa exatamente The Man who terminava - nas distorções da canção escondida Blue Flashing Light. Ok, se o clipe do single Something Anything tem os cabelos brancos e ralos do cantor Fran Healey (que está a cara do Phill Collins), também tem um solo de guitarra Fender como há muito não se ouvia no Pop britânico, tão Rock. A última pista do que estava por vir era a presença de Lola, cover do The Kinks em um dos EPS.
Produzido por Emery Dobyns - que recentemente ganhou um Grammy por Beauty and crime de Suzanne Vega – e gravado em apenas duas semanas no mês de Março, Ode to J. Smith soa fácil e despretensioso na maior parte dos 37 minutos do álbum. E por mais que alguns detalhes de exagero típico dos últimos trabalhos do Travis ainda estejam presentes aqui e ali (como a parte “new age” da canção J.Smith), é a guitarra que manda em quase todas as canções – inclusive nas baladas.
Após onze canções, fica a sensação que o Sr. J.Smith é um cara que segue sua vida sem a obrigação de ter de ser alguem ou ter de dar certo. “um personagem qualquer e sem nome” fã de The Kinks que só quer tocar sua guitarra, fazer belas canções e nos fazer lembrar que o mundo já foi mais divertido. Se ele não existe, é porque bem ou mal, poderia ser qualquer um de nós.