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Opinião da audiência.(directors cut)

“Doce”. Se algum dia ela viesse a publicar um livro, seria com essa palavra que todos os críticos espertos definiriam seus trejeitos literários, trejeitos estes que seriam possíveis de adivinhar pousando os olhos sobre a escritora por um minuto ou dois. Ela é dona de um romantismo que me faz pensar que esta linda garota, sempre rodeada de pretendentes apaixonados, nunca em momento algum, fora correspondida em suas próprias paixões. Nem se quer por seus bichinhos de estimação, talvez por que na minha imaginação todos eles morriam de diabete perto desta menina, pobre menina linda, pobre menina doce. Sentada sobre sua cama, joelhos que se encostam delicadamente formando um X com suas pernas, do fim da saia até as sapatilhas vermelhas, a espera por algo maior do que a vida lhe proporciona a faz ficar acordada, a faz apertar os olhos para que em algum momento seguinte eles possam ser abertos com muita força. Em seus planos, uma vida que deveria ser simples como as lembranças do algodão cor de rosa entre seus dedos finos, um garoto para agarrar pelo braço e puxa-lo rua abaixo, talvez acabar usando-o como defesa, mais ou menos como a Mônica faz com o sansão. Uma vida para ser contada em um desenho preto e branco e sobre fundo musical, uma canção de Edith Piaf. Eis que um escritor fascinado pela escritora, faria anotações sobre todas as paginas do livro e dali sairia uma personagem para ser interpretada por Audrey Tautou ou por alguma atriz de algum filme francês com cheiro de antigo, meio Nouvelle Vague, cheio de pessoas com roupas listradas. Enfim, um papel perfeito cheio de situações que simplesmente não acontecem mais.