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Um dia acordei querendo fazer um disco. Queria colocar meu nome de batismo na capa e escrever coisas que falassem pra minha mãe do mesmo jeito que falam para mim quando eu falo sozinho. O mês era maio e o ano era 2007. Era apenas o começo de um período que romantizo e chamo de “trevas”. As lembranças se movem à pão, café e bombas de chocolate e delas surgem as coisas que eu canto. Desde então, Coronel Vivida existe no imaginário como o local pra onde as pessoas vão quando precisam recomeçar, bem lá de baixo. Corri para a (c)asa da minha mãe, ela se apoiava em deus, então rezava e dizia que daria tudo certo (e todo aquele lero-lero cristão no qual fui criado). E no fim, só haviam grandes expectativas e nenhuma boa noticia chegando. Mas era um bom período para teorizar, planejar e pensar sobre tudo, então penso que era preciso. Passei 2008 inteiro tentando fugir como se esse retorno à coronel fosse aquela fase que nunca consegui passar de Prince of Pérsia, para o nintendinho, era preciso perder para continuar lembrando do jogo, como faço neste momento. Algumas palavras sobre isso, por Rocky Balboa “A vida não é sobre quão duro você é capaz de bater, mas sobre quão duro você é capaz de apanhar e continuar indo em frente.”. 
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Faço julgamento errado das pessoas através dos sonhos que elas deixam de realizar em prol coisas maiores (maiores que os sonhos?) e tangíveis. Penso que ser honesto consigo mesmo é uma forma de arte pessoal que poucos conseguem realizar. Li em algum lugar que a arte exige alguma falta de senso para com a realidade, mais ou menos como quando a mulher se olha no espelho e se vê feia e o homem encolhe a barriga. Não sei, acho que é difícil enxergar que você não é mais tão novo, nem tão esperto e que não está conseguindo nada. Apenas continuamos porque é o fluxo, é a teoria da inércia e porque parece ser a coisa certa de se fazer até que não sobre nada além de insistência, como Rocky socando um pedaço de carne no frigorífico. O talento deixa de ser julgamento quando você para pra pensar na sua turma do bairro, aquela com vários guitarristas, alguns bateristas e nenhum baixista. Todos eles, melhores que você e eu, artisticamente e filosoficamente, todos eles viram anos à sua frente que a criação artística só existe quando o fim é ela mesma, ou seja – a diversão.