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Record Store day - parte 1

Dia 21 de abril é feriado neste país e no mundo da música é o “Record Store Day”. Neste dia, vários artistas preparam pequenos e grandes lançamentos em homenagem ao dia das lojas de discos. Desde que nasci me dizem que as lojas de discos estão em extinção - desde a fita cassete e posteriormente o Cd e a internet, e basicamente esse dia celebra aquelas pequenas lojinhas que ainda insistem em sobreviver. Com a invenção das megastores, (não adianta culpar só a internet) as pequenas lojas foram fechando ou se diversificando, virando sebos. Sobreviveram apenas aquelas que apostaram em nichos ou matériais clássicos.
Que eu me lembre, em Curitiba, sobraram apenas 4 lojas especializadas apenas em música: a Savarin - e sua filial ponta de estoque “Old Fashion”, a Vinil Club e a loja “só musica”.

A Vinil Club é a loja mais famosa de Curitiba, fica numa galeria subindo a Ebano Pereira em direção ao largo, do lado da Old Fashion. Especializada em vinil e artigos raros, a loja é coisa para quem coleciona de verdade, não para amadores como eu que baixam discografias inteiras e compram apenas os discos que mais gostam. Marcos, dono da loja, é uma figura tão mitológica - quanto gente boa. Logo que vim morar em Curitiba, deixei umas copias do meu primeiro disco “lo-fi dreams” e lá ficou na parede por anos, reza a lenda que três pessoas compraram. Ele também me ajudou durante uma exposição de vinis sobre temas de futebol apresentando um colecionador de Curitiba obcecado por discos de futebol, basicamente o cara tinha uma casa cheia deles.

A Só Música também fica em uma galeria, no inicio da rua Emiliano Perneta e também tem seu forte em vinis e muita coisa de MPB. Eu costumo comprar cds lá, pois os valores são relativamente baixos e sempre há muita coisa dos anos 70. A loja não aceita cartões, mas sempre que vou lá, tem gente levando 200 reais em discos. Ponto forte: Os anos 90 e 00 da loja nunca custam mais do que 20 reais.

A Savarin é a loja que trabalha com o acervo mais novo e com os preços mais salgados. É possível conseguir qualquer coisa lá, mas acho que nada custa menos que 25 reais. Como eles trabalham com muito material importado, o acervo da loja é melhor que a de uma livrarias Cultura, por exemplo, e os preços seguem a mesma linha. A loja fica na Saldanha Marinho, perto da casa Muricy e da Vinil Club.

A grande lojinha de Curitiba é a Old Fashion. Dos mesmos donos da Savarin, a loja tem preços absurdamente bons e um acervo que te obriga a levar sempre muita coisa. Há uma sessão de “deizão” com muita coisa que foi hypada pela revista bizz, entre 1995 e 2001, muita coisa de eletrônico vintage, muita banda media endeusada pela critica, discos perdidos e artistas ignorados como Paul Westerberg e Harry Nilsson. Na sessão que mais compro, os preços variam de 20 a 30 reais e já rendeu coisas como todos os discos do wilco, Grant lee Bufallo-philips, Cramps, Flying burrito Brothers, Rod-s stewart-s, todos do Faces, tudo isso em Cd. O acervo de vinis corre pelo mesmo caminho, mas eu não me arrisco nesta banguela com medo de perder meus freios. Eles também vendem vitrolas e mimos do tipo. A loja também fica na Ebano pereira, que é perto do meu trabalho e me obriga a passar toda semana para porque sempre tem muitas coisas novas-velhas.

Como eu disse ali em cima, parei de colecionar discos para comprar apenas os discos que considero meus favoritos de todos os tempos com algumas pequenas exceções para coleções de Dylan, Tom Waits, Springsteen e mais um ou dois. Mas freqüentando essas lojas, se vê que a musica gravada ainda vive forte nos pequenos nichos, seja de caras como eu ou de senhores que colecionam de verdade. Basta lembrar que o Myspace nasceu e morreu enquanto as lojinhas continuam ai, firmes e fortes.

*ps: devo ter esquecido de citar alguma loja tipo a Raridades que há muito não frequento e a Laser Disc que já comprei coisas e tambem deve ter sua clientela fiel.