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Gastei 200 reais em discos no fim do ano. Nunca havia gasto tanto em tão poucos discos. Me peguei pensando sobre o valor da canção nos dias de hoje, no valor das coisas que preenchem e dividem espaço com você. Vale apena ter discos em 2012? Gosto de olhar para a estante selecionados um a um, formando uma pequena historiazinha, uma parede em forma de um programa de televisão “esta é a sua vida!”. Quando mudei para este apartamento e ainda morava sozinho, trouxe alguns poucos discos, os guns n roses que estavam numa caixa e outros que estavam na casa dos meus pais. O resto ficou pra trás. Daquele momento, maio de 2010 pra cá, me preocupei em comprar meus discos favoritos, os livros, os seriados favoritos, meus filmes, meus brinquedos favoritos. Eu olho para as paredes como um pintor olha para um quadro negro para reavivar as cores para os olhos. É para isso que servem as fotos, os discos, os livros, para lembrar como as coisas são por de baixo da pose e é por isso que eu continuo acumulando coisas.

Em 2012, quero fazer um disco novo, com encarte, arte bonitinha, disco com label e tal. Penso em fazer via SMD, algo bem feito mesmo ou nada, de novo.
Antigamente os problemas de se fazer um disco consistia em, numero 1: ter talento; numero 2: conseguir um contrato; numero 3: conseguir dinheiro pra gravar num estudio; numero 4: conseguir gravar de maneira legal em qualquer lugar; numero 5: conseguir dinheiro pra fazer edições físicas dos discos; numero 6 e ultimo: conseguir lugar pra guardar todos os discos físicos.
Eu moro com a namorada em um apartamento quarto, sala e cozinha cheio de coisas, bugigangas, instrumentos e tal. Imagine ter de conviver durante anos com caixas empilhadas cheia de copias de um disco que ninguém comprou, ninguém ouviu, ninguém gostou?
A musica em formato físico é um exercício de ego para o artista independente. Só serve para divulgação e impressionar outros artistas e a mulherada, claro. Nem pra família o disco físico serve mais, eles preferem que você coloque num pendrive pra poder usar pra alguma coisa depois.
O único artista com direito a ter algo físico vendido por ai é o que assumidamente vive da sua arte, tipo artista de rua mesmo, o cara da arte, artistas do artesanato, do durepox musical.
Todo o resto, eu, você, somos todos uns encalhados na pilha de “para ouvir” de produtores musicais, radialistas e jornalistas. O que nos espera é o lixo ou o sebo, vendidos por 50 centavos, 1 real para complementar a renda de alguem.