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Giancarlo Rufatto - “Compacto” 2011



compacto (2011) por Giancarlorufatto

Relase sentimental.

Sei lá, nunca fui bom de escrever releases em 3ª pessoa como os artistas independentes costumam fazer. Eu gravo todos os instrumentos, mixo, masterizo, desenho a capa e respondo por tudo, então acho normal escrever em 1ª pessoa. Mentira, faço isso porque boa parte dos artistas que eu adoro fazem isso nos seus álbuns. Então, ola.

“Compacto” é a 3ª coisa que lanço nos últimos três meses e deveria ter sido lançado no dia do vinil, mas não deu tempo. Eu poderia ter colocado todos os singles em um pacote só (e talvez eu faça isso no fim do ano, mas não agora) e divulgado agora, mas acho que não é a minha. Eu gravei tanta coisa nos últimos anos e me liguei que é através dos singles que as pessoas ficam sabendo da existencia dos meus discos cheios. Descobri também que as pessoas são nostálgicas e adoram covers e que o lado B dos singles tocam mais no mp3s das pessoas que as minhas musicas.

“Compacto” é quase o meu 1º hi-fi - ainda que seja tudo gravado em casa, é a produção mais bem feita que fiz. Então, a gente disfarça o baixo orçamento com referencia e faz de conta que tem de ser assim mesmo. No meu caso, a referência é o “Time out of mind” do Dylão e o “Mule Variations” do Tom Waits, dois discos geniais, mas que poderiam ter sido gravados na sala da minha casa que ninguem notaria a diferença. Quanto as canções, as três canções são novas, escritas de janeiro para cá e pra mim, as canções mais “eu mesmo” que já escrevi (as outras eram sobre alguém qualquer que não eu), mas acho que servem pra você também, pra todo mundo.

“Idem” é a canção pop de amor que eu sempre quis fazer, simples, direta e um pouquinho medrosa, mas sem ser doente como o amor costuma ser. O instrumental é uma tentativa de fazer uma "Buddy Holly song". O Teclado da música é cereja do bolo.

“Desligue o Rádio” não é sobre amor, eu penso que é sobre bandas que acabam, sobre desistir de música ou sobre ficar insistindo em dizer que a vida está uma merda e a vida não é uma merda, a vida é boa e problemas todo mundo tem. Todo dia eu penso em desistir, mas ai surge uma ideia e outra e quando eu vejo tenho 15 letras e apenas uma duvida: quantas musicas ainda dá pra fazer usando as mesmas notas?

“Quase lá, mas ainda aqui” é sobre a vida de verdade, a vida e planos em longo prazo, sem estrelismos ou grandes arroubos. Na real, é sobre a música pop também, sobre como o universo musical mudou e você pode estar lá numa revista, sua entrevista num grande site de cultura pop e ter uma musica sua na TV, mas ainda estar aqui, com a sua vida seguindo e suas contas chegando. O instrumental é animadinho, palminhas, barulhinhos, coloquei um fuzz meio “musica do Mordida” num dos canais pra sujar a parada.

Ah, a foto da capa é do teclado vagabundo que achei numa loja de sanfonas.

Giancarlo Rufatto - “Compacto” – 2011



01 Idem
02 desligue o rádio
03 quase lá, mas ainda aqui.

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01
sem talvez, talvez,
talvez quem sabe para sempre,
tenho quase certeza,
mas quero ouvir você
talvez, talvez, talvez eu me acalme
se eu souber o que ocorre
no seu pequeno coração.
vou duvidar ou não duvidar?
sem talvez, talvez, quanta incerteza,
eu nunca soube, meu bem,
o que move a cabeça
e o seu pequeno coração.
- quer saber?
- sinceramente, não.
- eu minto muito e bem.
- e você consegue contar até cem?
você fica bem aqui, não se move não,
conte até cem, estou lá, estou lá, estou lá
entre suas coisas e outras coisas
que foram feitas pra lembrar.
você fica bem aqui.



02
DESLIGUE O RÁDIO, por favor,
Só nos restou fechar a conta e partir.
Ouvi dizer de alguém que ouviu
e que ainda insiste em lamentar,
mas eu tive muito,
e o que tivemos foi sorte
de desistir a tempo, a tempo de salvar
algum sorriso no seu rosto
alguma vela do seu bolo
algum vento nos pulmões
alguma vida pra poupar.
Desligue o radio, por favor.
nós já perdemos muito tempo
e ele não costuma retornar.
meu bem, lamento,
nós já perdemos muito tempo
tentando consertar
corações que já não querem conserto
meu bem, lamento,
nós já perdemos muito tempo
tentando salvar
coisas que cola nenhuma pode consertar.


03
teremos a vida ou fim de semana pela frente
pra entender como funciona
o leva e traz do mar sobre todas as coisas
que a gente insiste em perder ou carregar

estamos todos mais ou menos com o mesmo
peso sobre os ombros,
há quem pense que venceu, está quase lá,
mas ainda está aqui
e em algum lugar a ferrugem dorme
em algum lugar a goteira corre sem parar

e o que é o amor, se não aceitar
todas as contas que não param de chegar?

tantas palavras, tão poucas feitas pra durar
e suportar o medo, multiplicar o pouco tempo
vezes a lenha que ainda temos pra queimar
quase lá, mas ainda aqui.

e afinal? o que é amor, se não aceitar
todas as contas que não param de chegar?
e o que é o amor, se não uma canção
algumas frases de impacto, um sorriso
e um bom refrão.


Todas as canções escritas por Giancarlo Rufatto, agosto de 2011.