Em pouco mais de um mês, duas coisas legais aconteceram com o dono deste blog.
Coisa numero um: gravei meio de brincadeira uma versão de Ando só, Canção do Engenheiros do Hawaii. Depois de jogar o link da gravação no twitter, a versão chegou até o dono da canção, humberto gessinger, que repassou a gravação a seus fãs via twitter. Pronto, virou assunto até na antiga comunidade do orkut relacionada a banda. Foi engraçado, gente dizendo que havia gostado, gente que odiou, gente que gostou só porque o Gessinger aprovou. Bem, da minha parte, achei o máximo porque nunca pensei em me aproveitar de um nicho inesgotável da música pop: o nicho versões de sucessos do passado. Escrevo muitas canções e gravo num ritmo que eu mesmo não consigo acompanhar de artistas que invejo a produção compulsiva (Josh Rouse, por ex). O problema é que o mundo está metido numa onda de saudosismo sem fim e as versões ganham o carinho das pessoas por lembrar uma época onde éramos tão infantis, ingênuos, coisa e tal. Então, conseguir algum reconhecimento através das versões que pelas canções autorais não é um grande problema, desde que feito de uma maneira que possa forjar alguma verdade.
A coisa numero dois é a entrevista para o site Scream & Yell. Para quem fez/faz musica autoral neste país dos 00 pra cá, o S&Y é um dos mais importantes veiculos de cultura pop disponível na internet. O S&Y, o Senhor F, o Alto Falante foram como Jesus, Maria e José pra musica independentes brasileira quando a internet 2.0 ainda era uma terra devastada de informações. Todo mundo almeja um textinho, um “500 toques” sobre seu disco escrito por Marcelo Costa. A coisa é bem feita e envolve um numero grande de colaboradores - o que acaba gerando textos completos e complexos, não apenas aquelas notas de rodapé comum nas revistas. Lembro que lia o site antes de ter internet em casa, nos computadores da faculdade mesmo, lá na virada do milênio. É interessante analisar que assim como a musica independente, o jornalismo cultural independente também dependia da ajuda de apaixonados por ele. E artista independente é o ser mais carente que existe, se você o trata bem, ganha um amigo pra toda vida, resultado, 10 em 10 bandas autorais aconselhavam o envio de discos para esses sites que eu citei acima, porque eles eram legais e cobriam a cena brasileira com sinceridade.
Corta para maio de 2011, entrevista deste rapaz aqui ao menino Bruno Capelas, em São Paulo, ultimo show do Hotel Avenida. Cinco dias depois a banda acabou e eu pedi que não publicassem a entrevista, afinal, as coisas haviam mudado e eu não queria que isso gerasse coisas piores que o que estavam acontecendo. Mas como o tempo passou, eu continuo lançando coisas gravadas na sala de casa, o S&Y publicou ontem (03 de agosto) a entrevista. E não é apenas uma entrevistinha, é um daqueles entrevistões que S&Y publica na integra com artistas brasileiros. E a minha é basicamente sobre essa coisa de gravar e gravar e gravar, exercício que encaro mais ou menos como uma fisioterapia.
Enfim, acho que já posso me aposentar: 1º um textão lindão sobre meu trabalho no Alto Falante, depois o Senhor F listou meu disco "Machismo" entre os melhores de 2010 e agora a entrevistona no Scream & Yell.
http://screamyell.com.br/site/2011/08/03/entrevista-com-giancarlo-rufatto/