Diário dos dias sem você.
Perdi a conta de vezes que soquei este monitor. Enquanto escrevo, trato de me recuperar de um dia ruim, estes dias que nada deu certo e nos resta rezar por uma noite de sono. Conto os dias através da cartela de remédios e assim, a vida passa. Passa chovendo, é obvio, Curitiba não sabe chover com dignidade. Hoje choveu o dia todo e meus ossos doeram mais do que o de costume. Então, alguém perguntou sobre minha mão esquerda como se fosse um segredo minha dificuldade para coordena-la ou controla-la – você escolhe. Isso nunca me irritou, a chuva sim, toda vez que as coisas dão errado, meu lado esquerdo denuncia meu incomodo e eu apenas tento sorrir e empurrar meu sem jeito para debaixo do tapete. Não quero pensar que amanhã terei de sair do trabalho correndo, pegar um ônibus para um lugar que sabe lá onde simplesmente porque as estrelas assim querer e claro, porque sou incapaz de dizer que não posso ou não quero. Aqui estou eu, só querendo dormir e acordar sem planos que não sejam meus – aqueles, certo? Liga o radio, desliga a tv, liga tv, faz café, compra cenouras, mais café. Acho que você desiste de mim antes que eu consiga fazer com que essa sensação vá embora.