E se eu sumisse da sua vida, o que aconteceria? Pensou o menino.
Basicamente foi assim: um belo dia ele acordou e disse “acho que gosto mesmo daquela menina”. Ela não acreditou, deu de ombros e decidiu encarar aquelas palavras como mais uma mentira feita por um homem médio temente a Deus e aos juros no banco – um idiota padrão. Ele não a recriminava, se existia todo um universo de silêncio e mal entendidos entre eles, a culpa era sua e de ninguém mais. Ao menos tivesse feito 99% das coisas pela qual paga suas preces, estaria feliz com o saco de merda que alguém amarrou em seu pescoço. Não, ela dormia distante, ele deixava claro para qualquer um que tudo o que procurava agora era parar, respirar, ir até o mercado e comprar coisas que engordem. Não se importava com os finais felizes desde que o meio fosse muito bem descrito e sustentável. Então em um outro belo dia ele acordou e como naquela canção, se viu lutando para gostar de coisas que não eram para ele. Das duas, uma: ou desistia, comprava uma cerveja e engolia todo o inferno particular ou enfiava o rabo entre as pernas e esperava a temporada de mal agouro passar.
