Uma amiga mandou umas perguntas por email e pediu pra escrever também um "perfil". Até que ficou engraçadão.
Perfil é sempre uma coisa chata de se fazer. A primeira coisa que você tem de pensar é: “porque estou lendo um perfil de um cara que não conheço?” O negocio é chato aqui deste lado também, leitor, mas vou tentar preencher seu tempo com piadinhas para ver se ganho mais um ouvinte.
Nasci em Coronel Vivida - cidadezinha típica de interior que registra taxas de baixa densidade demográfica desde que a televisão colorida entrou nos lares brasileiros. Ali gravei meu primeiro disco, o exagerado Lo-fi dreams. Eu me escondia por de trás de um alterego porque gravava tudo sozinho e também porque era gordo, esquisito e logo, com baixa auto-estima e poucas chances comerciais. Por este alterego gravei mais um EP, já morando em Curitiba, chamado apenas EP com 5 musicas enormes e temáticas. Como não deu em nada, montei uma banda chamada móbiles que durou 6 meses – suficiente para criar inimigos e magoar pessoas. Em 2007, pouco antes da crise mundial, eu entrei em crise, vendi a guitarra, comprei um violão, uma gaita de boca e um manual “como ser Dylan em 5 passos”. Tarantino diz que costuma medir a qualidade de seus filmes através deste manual, eu apenas concordo e digo “ok”. Seguindo o manual da compulsão – digo, Dylan – gravei uma dúzia de discos entre 2007 e 2009 e todos eles foram incrivelmente elogiados por meia dúzia de pessoas legais dentro do jornalismo musical (experimente o google para ver que não estou mentindo, muito). Fecho 2009 com o 13° trabalho, desta vez com a Hotel Avenida – uma banda de Igreja que toca canções bonitinhas com letras dramalhonas – isso ou o contrario, ainda não me decidi.
