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:)

a garota da canção.

É engraçado, da ultima vez que eu a vi era ela quem segurava este microphone exatamente neste lugar de onde canto a canção que escrevi sobre a noite e a ultima vez que eu a vi segurando um microphone. Eu menti que havia jogado fora seu telefone, mas havia guardado uma cópia num papel, dentro de um bolso de uma calça suja. A calça acabará indo parar no varal com o telefone no bolso e por incrível que pareça o número não apagou com a lavagem. Isso era um 9? 1? 3? 0? Não importava, não voltaria ligar para aquele número, apenas era importante ter no momento em que o mundo acabasse. Três, talvez três e meia ou quarto, ninguém andava por ai, mas aquela senhora que sempre anda por ai vestida em um cobertor dormia na praça há 50 metros de mim. Eu gosto de pensar que sou bem resolvido quanto aos relacionamentos e às garotas que acabam povoando minhas canções, mas a verdade é que aquela parte onde eu digo “não deu certo, meu bem, esquece” nunca é sincera. É aquela parte da coisa que você tem de fazer pra que tudo acabe bem. Como eu disse outro dia em uma dessas conversas que rodam entre personagem que aparentemente nunca irão ter um final feliz, a vida é feita de quases, de talvez e possibilidades que nunca se concretizam. Isso é mais ou menos 88 por cento da vida. Os outros 12 por cento que sobram ficam destinados ao nosso livro de memórias e à noites que terminamos andando sem direção.