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Fato

– só ligo para ela quando estou bêbado. Às vezes armo um sorriso e tento puxar papo, saber - sabe como é, aquele “como você está” sem maiores pretensões. Mentira, eu confesso que abro a janela pensando que ela dirá “hey, meu bom rapaz, quero te ver” ou “hey, menino, preciso te ver” - embora ache que o “preciso” insinua mais desespero do que uma vontade especifica e ela poderia ter dito isso há 17 outros caras antes de chegar à letra G. “hey, você ainda tem meu telefone, então?”. Todas essas falas são minhas e se passam no meu modo operante de ver as coisas e ela, ela na maior parte do tempo é apenas ela mesma, “autista” – ela diz – e eu, eu não sei. Toda vez que estou bêbado, é o telefone dela que eu lembro, é aquele que estaria guardado no bolso da calça caso ainda houvesse essa pratica em voga, é o sorriso dela que eu quero ver quando estou bêbado. Bêbados e crianças, são aqueles que dizem que Deus protege. Então eu ando por ai desviando os olhos de quem eu não amo e os passos do chão que ela pisa – titulo de uma música do U2 em One Million Dollar Hotel. Esse filme consegue ter um ótimo final apesar demorar a acontecer, ele acontece e digamos apenas que reunir U2, Win Wenders e Mel Gibson no mesmo filme só poderia acabar num dramalhão absurdo.