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Estou há dias sem escrever, apenas respiro e me concentro em palavras que não dizem nada. Silêncio – minha maquina de escrever é este sofá. Apanho os sapatos, os copos, planejo uma volta no quarteirão. Cada duas latas de cerveja equivalem a uma refeição, dizem os especialistas, de modo que estamos muito bem nutridos. Seguro a sensação de mal estar e destes dias um tanto mais vazios que o normal apenas porque sei que estes logo serão esquecidos e/ou suprimidos por planos maiores. Ou pelo menos uma refeição maior. Por algum motivo que desconheço, sempre ganho sapatos um número menor do que uso. Talvez por isso insista em deixar algumas pessoas desconfortáveis quanto a minha presença – não sou eu, são os meus sapatos – uma bela desculpa para aqueles dias em que me supero e machuco mais gente do que deveria. Fujo, minto, me escondo. Não quero tocar, não quero ouvir, sorrir para estranhos e dizer ola, tudo bem. Não quero, desculpe, mas é melhor deixarmos como está. Toda vez que arrisco contato com a mulher que amo, me sinto tentado a dizer que deveria deixar tudo como está. um café, um abraço, um sorriso. Então ela me beija. Mas Deus, se você soubesse como são os olhos desta mulher que desejo, não faria piadas a meu respeito. Você não sabe nada, nem se quer onde ela está; apenas viu uma foto por ai e pensou que ligar era uma boa. Ela não atendeu e você se depreciou por isso. Lembre-se, são os seus sapatos e não a vida que está com um número errado.