Há mais ou menos duas semanas, ganhei o novo álbum do Koti e os Penitentes – “Caído Na Sarjeta” e em uma semana o disco entrou na lista do que melhor ouvi este ano.
Tudo no disco é exótico, a começar pela voz de Koti (mais conhecido por seu trabalho como “O Lendário Chucrobillyman”), pelas historias de marinheiros, pistoleiros, samurais e vagabundos que vão sendo contadas a base de instrumentos não usuais na música pop bem ao modo Tom Waits de fazer canções.
Mas foi na décima canção do disco – Cidade dos mendigos - que bateu uma inveja do cara. Explicando: Estava eu procurando um Kazoo - instrumento que modula a voz a ponto de lembrar um saxofone (todo mundo teve um na infância só que como um brinquedo) – para usar em uma das minhas canções, mas eis que Koti chegou antes e gravou um solo para a música que é uma dos grandes destaques do álbum.
A lista é grande. O groove de “Somente o lixo” e “Torpedo do amor”, a balada levada por um tecladinho delicioso “Talvez você passe por aqui” e o acordeom em “O perdedor”. Caído na sarjeta tem 20 canções e pelo menos umas 12 dessas grudam no ouvido facilmente, viram os hits instantâneos. Há uma adaptação para “Black Rider” de Tom Waits - “Pela cidade sigo cantarolando” - que contêm os versos mais legais da música pop dos últimos dias: “será que você / numa linda manhã / um dia vai querer que eu more na sua casa...”.
O álbum saiu pela Pisces Record e pelo que andei pesquisando não há muita informação on line sobre este novo disco - nem a capa do álbum em boa qualidade encontrei. No Myspace e na Tramavirtual da banda ainda estão canções do disco anterior. Enfim, isso quer dizer que você vai ter de achar o Koti na rua e cobrar sua cópia ou pedir uma diretamente para a Pisces. Sei la, dê um jeito, mate alguem se necessário, mas ouça.