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2008.


Passei os últimos quatro anos vivendo tudo o que não tinha vivido nos outros vinte e poucos. Se for catalogar o mundo de 2003 para cá mudou drasticamente ao meu redor. Basta dizer que poucas coisas restaram do fim de 2003 para contar como tudo era. Estou em coronel vivida há alguns dias e o passado está chegando mais perto. As pessoas cruzam por mim na rua e não sabem quem eu sou e as que me reconhecem, dizem “como você emagreceu” e eu digo “isso tinha de acontecer algum dia”, outro dia um amigo chegou a falar em Aids, as pessoas comentam, cidade pequena, etc. Não, não tenho não, mas se ajudasse essa gente a ouvir meus álbuns, não importaria. Também não casei, não cansei, não tenho filhos e como disse outro dia para uma amiga, esta mais fácil ter aids do que ter um filho.

Então hoje um velho amigo veio até minha casa. Eu meio que cresci ouvindo-o tocar guitarra, alice in chains, pearl jam, essas coisas, pantera, etc. Bem, no começo do milênio ele engravidou a namorada, teve de casar, vender instrumentos, moto, casar com a filha de um pastor da nisso. Uma vez ele me contou que viu um cara perder a mão numa maquina de corte e largou o emprego no outro dia, imaginou como seria sua vida sem uma mão, sem poder tocar, etc. Acontece que essa memória veio a minha mente quando o reencontrei hoje: tanta coisa havia mudado para mim nos últimos quatro ou cinco anos e ele continuava ali, com mais um filho, o que deve significar mais despesas, toca nos fins de semana com uma banda de metal-hard-rock-diabo-a-quatro e deve ser feliz. Ele pegou meu violão e começou a rifar (termo que uso para aquela mania de guitarrista de tocar riffs de musicas famosas) musicas que a banda dele toca e eu não ouvia nenhuma daquelas canções desde 2004 pelo menos, ai por fim ele disse “você já ouviu guerrilha, uma música do charlie brown?” me descontrolei, não dava pra ouvir alguém tocando uma música assim depois de todo esse tempo. A culpa talvez seja minha que aqui nesta cidade há 400km de Curitiba, as pessoas estejam no seu tempo e eu esteja em outro fuso horário. Convidei uma garota pra sair e ela não entendeu o que eu queria quando a convidei. Na verdade quem não entendeu fui eu. Afastei-me de todo mundo que não cabe no meu mundo, não importa se estou fazendo algo ruim, neste momento, princípios importam, fodasse valores. Não quero voltar a ter 22 anos, não sou mais o filho da dona preta, desculpe rapaz, mas você está equivocado.