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:)

Não esqueça o romance.



Toda vez que estou triste ou me sentindo um tanto apagado recorro a três artifícios para recuperar algum tesão/amor próprio: um, gravo uma canção nova. Dois, volto a ler “alta fidelidade”. Três: vejo Rocky. É assim que consigo pensar direito.
Acontece que estou lendo “disparos do front da cultura pop” uma série de textos escritos por Tony Parson e publicados em revistas e jornais. O livro começa com a parte de música, artigos para a NME por exemplo. Mas é no capitulo “Amor e sexo” que encontrei textos que não conhecia de Parson. Os artigos para a revista “Elle” sobre homens, mulheres e seus sexos são simplesmente geniais e é tão bom não se sentir sozinho no mundo.
Tony, cara vou comprar seus romances amanhã cedo.


Rocky um e dois são maravilhosos. Muito gente lembra da infância vendo E.T e lembrando que passou numa véspera de natal na globo. Outras vêem Mary Poppins e lembram que já foram pessoas mais simples e melhores. Eu vejo Rocky e sonho. E não são poucos sonhos, a maioria destes sonhos são apenas cobertores quentinhos enquanto a chuva derruba arvores lá fora. Balboa me lembra de onde eu venho, das coisas que me fizeram para o bem ou para o mal. Não que tenha algo a ver, mas gosto de toda a ingenuidade nestes dois primeiros episódios, o amor mais estranho do mundo de Rocky e Adrian, os dois já com trinta anos agindo como se fossem adolescentes. Morro de inveja quando vejo isso hoje em dia, pessoas, amantes trocando os pés pelas mãos, se apaixonando como se não houvesse contas para pagar amanhã. A realidade estão tão longe de 1976. Quando penso em amor, o que eu penso na verdade é apenas romance, aquela loucura, bla, bla, bla. Sim eu não penso em amor, eu apenas reproduzo palavras e amor é uma destas. Romance é aquilo que você tem por um tempo indeterminado que numa dura mais de uns meses. Amor é outra coisa. Amor é o que minha mãe tem, é uma embarcação segura, mesmo com correnteza forte. Alias a correnteza sempre estivera ali e se nós, popularmente conhecidos como idiotas, nos arriscamos nela é porque o rotulo fez se valer. Veja Morrissey por exemplo, ele não tem dias ruins por causa de outra pessoa ou outro fator que não tenha a ver com ele. Tirando o fator celibatário do moz, todo o resto, faz muito sentido. Morrissey não se preocupa com café ou doces em casa, porque se não tiver, ele simplesmente come outra coisa. Mas quando voce tem uma pessoa, no meu caso uma morena nua na sua cama, café e doces são extensões de todo o romance. Romance, porque se for um relacionamento estável, bla bla bla, o café terá ficado la atrás e agora tudo causa tanta preguiça do tipo “meia hora de sono ou meia hora de café e bolachas?”.
Rocky 6, foi lançado no começo de 2007 e neste filme Adrian ja morreu há alguns anos e Balboa passa o filme todo enaltecendo a mulher. Ele tem um restaurante chamado Adrian. Rocky Balboa nunca traiu sua mulher em filme algum e ainda levou café e doces na cama para ela até o ultimo dia de sua vida? E quando ela morreu, ele montou um restaurante com o nome dela? Em que planeta eles viviam? Isso não existe desculpe, essa é a maior falha nos roteiros das seqüências do roteiro, não existem romances que duram a vida toda. Quer dizer só existem quando o ser romantizado não emite opiniões.