A faca em suas mãos é o que
restou por esperar pela sorte que não vem – sorte
que insiste em andar de mãos dadas com outro alguém. A casa é o seu chão em só
um colchão pra dormir e rimar e disfarçar o vazio entre as cores que descascam
e desbotam nas paredes deste quarto de pensão
Neste
quarto de pensão que eu divido com outros seis
pára-raios
de gente louca.
Nada nessas mãos, só uma
bolsa à carregar, cheia de trapos pra vestir se um dia precisar, precisar, se
um dia precisar correr, se um dia precisar fugir dos olhos da verdade – certa
vez ela entrou pela porta e ninguém viu, era o ultimo instante em que a sorte sorriu,
Neste quarto de pensão que dividido
com outros seis
pára-raios de gente louca.