A cidade serra os dentes enquanto ela dorme, o dinheiro acaba - as pessoas somem e o que resta é você e um monte de palavras para queimar e espantar o inverno – nenhuma chance de dar certo.
O rapaz ali já foi legal, já foi esperto, mas isso foi há tanto tempo atrás – hoje é apenas alguém mais velho do deveria tentando gostar de coisas que não foram feitas para ele e desviar os olhos de quem o estrangula, não vai adiantar.
Eu prendo o fôlego, eu esqueço que deixei a luz acesa pra ver se Deus faz a sua parte – se eu não faço, ele não faz. Mesmo assim, eu caminho por ai, me ajoelho e rezo, “mais um round, mais um round” mas se sua fé não é o bastante para mudar alguma coisa, eu digo "ok, ok, mas isso não significa que eu não presto, significa que eu presto pouco pra você."
Ainda tenho seu telefone guardado no bolso de trás...
Hey senhorita, eu me pergunto pra que?
senhorita, eu me pergunto pra que?
- pra lembrar, enquanto o mundo lá fora se desfaz, que se desfaça logo, não me importo.
que acabe logo de uma vez.
E acabou.
Quando ela perguntou: “posso ser sua amiga?” respondi: é claro que não.
E esse não, não mudou nada, não tinha sido a primeira vez em que eu desejava voltar ao dia em que eu cheguei e ela me esperava com um sorriso e um bolo.
Não deu certo nem uma, nem duas, nem da terceira vez,
- não deu, meu bem, esquece,
Não vou continuar.
Nem nunca mais compartilhar do mesmo chão que você.