Eu morava sobre a livraria do seu Chaim, num daqueles apartamentos que tem uma sacada enorme, aqueles construídos na década de 50. Um dia estava lá nesta sacada após um dia daqueles, o mês era agosto, um amigo fumando e eu tomando café. e de lá avistamos um senhor subindo a General Carneiro. Era um homem daqueles que as pessoas costumam chamar de “dois por dois”, negro, nas mãos algo parecido com um bastão de baseball e no corpo uma camiseta preta escrita “amor”. Pouco antes disso estava ouvindo “only love can break your heart” do Neil Young. E está é a piada contida em “só o amor pode partir seus joelhos”.
Só o amor pode partir seus joelhos.
Só o amor pode rir do que fala.
Só o amor faz um bom corte de cabelo.
Pode ir e voltar. E ainda assim, ainda assim.
Ainda ser amor.
Só o amor pode partir seus joelhos.
Só o amor pode te bagunçar.
Só o amor tem todo o meu respeito.
Todo o resto, pegue, é seu, eu não quero.
Talvez você o faça melhor. Talvez você me faça melhor, mas só o amor te fará melhor do que qualquer coisa agora.