MORDIDA – Eu amo vc (EP virtual)
Atenção, senhores pais! Protejam suas filhas, pois o MORDIDA acaba de lançar Eu amo vc, com quatro novos chicles pop.
Para o novo trabalho, os rapazes de boa índole – Álvaro Antonio, Ivan Rodrigues e Paulo Hde Nadal – trocaram os casacos sixties por roupas coloridas, Ataris e Ray-bans dos anos 80. O resultado é que você ouve nas canções de Eu amo vc um liquidificador de referências que tem mais semelhança com Armação Ilimitada, filmes da Sessão da Tarde e seriados japoneses da Rede Manchete do que com Roberto Carlos em Ritmo de Aventura – mesmo que este ainda esteja presente.
Musicalmente, é como se John Bonham tivesse sobrevivido à overdose e ao enroladinho de presunto e queijo, e feito sua rehab tocando com o Devo em alguma danceteria de Tóquio. Traduzindo: um disco marcado pela batida forte e dançante, pelos teclados tão divertidos quanto exagerados e pelas letras e melodias espertinhas.
A faixa titulo, Eu amo vc, é a canção que mais se aproxima do que a banda já vinha apresentando nos discos anteriores – Tóquio e Festa Jovem. Uma trilha de videogame ou um Atari musical? Você escolhe. Tapete molhado é a novidade do EP, um “novo rock” malicioso, cheio de detalhes que não se repetem, um ótimo teclado fingindo-se de baixo e uma letra espertinha, “ter você é cada vez mais empolgante... que a tv”. Um delete promove um encontro incidental entre o iê-iê-iê e o faroeste spaghetti. Duvida? Onde mais você encontraria uma canção country que abre com uma guitarra Fuzz, tem um riff assoviado e um solo de teclado oriental no meio? Fechando o EP, Menina Maçã, uma antiga canção do repertório do MORDIDA que ganhou status de “a baladinha do disco”. Destaque para o poderoso trabalho de percussão e para o bandolim – que nada mais é do que uma a guitarra desligada, enganando o ouvinte.
Se nos trabalhos anteriores MORDIDA já tinha título de ser a banda perfeita para as noites de sábado, com Eu amo vc, o grupo rouba de vez o fim de semana todo para si.