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Carta a Zelda.

Segui o carro que te levou. Esperei vocês saírem, sim, quis olhar nos olhos daquela mulher que conheci e sim, outra vez você parecia feliz. A sua pele marrom, as vezes cinza, o cabelo, os lábios escuros e os olhos amarelo queimado, sim estava tudo ali como eu bem deixei. E num impulso dopado de alguma ironia você fitou a parede escura que escondia este rosto, mas deve ter sido apenas a propulsão do corpo que criou um efeito que por acaso acabou indo de encontro aos meus olhos. Zelda, você realmente parecia feliz, tão feliz que por instantes desejei saltar da escuridão e com um único golpe dilacerar o pescoço de seu amante com uma das mãos enquanto a outra agarrava o dorso que é meu por direito, sim, algum direito. Infelizmente meu sonho acaba e aqui estou eu, atordoado no meio da chuva, quase duas da manhã, eu sou um louco sujo de cabelos horríveis, aquele tipo de pessoas que fazem as vizinhas fecharem as janelas para evitar o encontro. Esperei você fechar a porta e ligar a luz do apartamento vinte e cinco degraus depois. Ainda me lembro de quando fazia este percurso assim como ainda me lembro de ter sido um homem bom. Lembro-me porque é o que faço de melhor Zelda, e sim se você quer saber me arrependo de não ter aprendido soletrar eu te amo ou coisas que fazem donzelas se entregarem como simplesmente largar o álcool quando você pediu. Bem eu não pedi pra você largar o cigarro então nesse ponto estamos quites. Bem, eu gostaria de acreditar que desencontros e desencantos acontecem todos os dias e que quando estivermos velhos, vou te contar sobre o dia que te segui, o dia que esperei você entrar com um cara que não se parecia nenhum pouco comigo e que não satisfeito, fiquei até a hora que a luz de seu quarto apagou. Bem, poucas coisas me passam agora é verdade, essa poeira que inalo realmente não me faz mal algum, bem, não mais que toda essa ansiedade, uma ansiedade que nenhum doce é capaz de cura.