mimos.

bem, o que temos são dois cigarros, moedas e uma noite de pessoas amargas.
bem, o que temos são dois pares de pés gelados. minha empatia para com a sua cor.
fora isso, o que temos? um sorriso. um maldito desenho de aquarela do seu quarto.
bem e o que temos lá agora? voce e a sua cama e as roupas e as pessoas e as palavras.
amanhã, juro que vou até ai e arranco essas frases feitas do meu peito.
amanhã te cuspo a minha fome, é o que ha em mim. só fome e algum sacrificio feito por mimos.
porque não deve haver mais verdade.
ontem eu tive um sonho.
então hoje, cada segundo que passa, tenho a mesma sensação.
toda vez que a sua música, aquela música toca. sai daqui.
sai da minha boca. ser bom, não ser bom.
descubro cada dia uma nova versão e todos insistem
e cantar e me seduzir com o mesmo tesão, não, eu não uso. eu não ouso comparar.
trepo com as fotografias. eu invejo sua pele, sua familia,
sua cadeia pequenas de coisas me intriga. eu quero tudo pra mim.
um dia talvez. por enquanto enquanto as pessoas tristes engordam,
estou aqui, mais velho do que deveria, meu melhor momento,
mas ainda mais velho do que deveria, o que torna, tudo esforço, esforço de mais.