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A modernidade estragou os dramalhões urbanos e os romances. Eu tenho um telefone vermelho daqueles dos anos 70 e é nele em que eu penso enquanto olho para o telefone da menina no meu celular, é nele em que eu penso enquanto abro a janela do MSN e encaro a tela do computador. Aquela imagem do papel amassado guardado no bolso da calça jeans desbota a cada dia que passa e alguma tecnologia de encontrar pessoas é melhorada. Então, os romances - aquela parte da historia que vem antes do “e foram felizes para sempre” ou do “e se fuderam bastante” – acabam se resumindo a pessoas que se encontram por ai com suas agendas, telefones e nenhuma dramaticidade, apenas estavam ali quando o vento bateu.

Quando escrevo uma canção, eu penso que estou em 1975 e que a próxima canção matará a minha fome ou pelo menos a afugentará a falta pelo menos por hora. No caminho entre matar a sua fome e remediar a dor alheia, quase sempre a gente se perde e no temor de acabar perdendo mais coisas que apenas o orgulho, acaba procurando a primeira estrada segura. O amor, as canções, eu, você, todo mundo no momento encontra-se em uma região confortável e segura da vida – a mesma região que nos impede de quebrar coisas e arriscar danças mais obscuras. Erramos tanto de direção e continuamos por ai reclamando que não há pessoas legais ou grandes arroubou de vida ao nosso redor, mas foi apenas nosso satélite que errou a órbita em algum lugar. Enfim, toda hora pode ser hora de voltar atrás.